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Mãe com bebê, ilustração Maud Tousey Fangel.
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Primeiro fruto
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Artur de Castro
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De manso Ela desperta e o leito cor de arminho
Envolvendo no olhar de materna doçura,
Contempla o alvo filho entre os lençóis de linho,
Mais alvo que os lençóis de imaculada alvura.
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E meiga a contemplar o tépido filhinho,
Seu casto olhar azul em lágrimas fulgura:
— É que nem sempre o pranto é de sofrer mesquinho…
— Que a lágrima é também a imagem da Ventura.
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Depois nos braços seus tomando-o febrilmente,
A fronte dele encosta à sua fronte bela,
Aos lábios dele cola os lábios seus, ridente…
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E assim, em doce amplexo, em meio sonho, — Ela
De novo os olhos cerra… e terna… e vagamente
O filho adormecido, entre acordada, vela.
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Em: 232 Poetas Paulistas, antologia, Pedro de Alcântara Worms, Rio de Janeiro, Conquista: 1968.
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Artur de Castro (SP, 1880 – ?) — poeta e jornalista. Residiu em Campinas.






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